A solidão incontornável de Pessoa:
Não tenho ninguém em quem confiar. A minha família não entende nada. Não posso incomodar os amigos com estas coisas. Não tenho realmente verdadeiros amigos íntimos, e mesmo aqueles a quem posso dar esse nome no sentido em que geralmente se emprega essa palavra, não são íntimos no sentido em que eu entendo a intimidade. Sou tímido, e tenho repugnância em dar a conhecer as minhas angústias.
Ou a incontestável fome de Sá Carneiro:
Em face de todas as pessoas que eu sei que deveria estimar (em face de todas as pessoas por quem adivinho ternuras) assalta-me um desejo violento de as morder na boca.
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