Isso
que chamamos “amigos”
e às vezes perdemos
porque o repuxo os carrega
sempre mais para o fundo:
para antes das ondas,
onde dormem os peixes;
para depois da memória,
onde morrem duas vezes
– isso desfaz-se
sombra
que a luz
do farol atravessa.
*
Isso
que é tábua
de solidão
a que nos
agarramos
quando falta o
chão e,
náufragos,
sonhamos com terra
– isso é quase um país.
Mas esse país
não existe. Esse país
não presta
[Eduardo Sterzi]
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