segunda-feira, 12 de maio de 2014
Acho que nos conhecemos em Estocolmo
Em julho, quando são horas da noite, mas ainda é dia,
Estocolmo é eu a olhar-te ao longe e tu a fazeres algo
sem reparares em mim. Podes estar a fazer as malas e
eu posso estar deitado, sem querer explicar a calma de
Estocolmo, mas apenas a senti-la, como uma película
de luz rente à pele. Estocolmo ajudou-me sempre que
precisei de pensar. Temo não me ter despedido bem
de Estocolmo. A tranquilidade de se possuir algo e
de se acreditar nessa certeza é também Estocolmo.
A constatação desse engano é já outra cidade.
[José Luís Peixoto]
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