domingo, 10 de dezembro de 2017

Esse poema, é sobre o quê?

É sobre os problemas de auto-estima das bonecas insufláveis.
É sobre a vantagem das navalhas em relação às maquinas de barbear.
É sobre os efeitos da nicotina no acasalamento de lagartixas.
É sobre Super Bock, Famous Grouse e, em dias melhores, Glenlivet.
É sobre as ruas de Lisboa quando as acho suficientemente tristes.
É sobre o nada, minha única «matéria».
É sobre tremoços, amendois e Domenico Scarlatti.
É sobre as alterações climatéricas no Bairro da Serafina.
É sobre gatos mortos e outros que ainda não morreram.
É sobre os seios de Jeanne Hébuterne e as mãos de Glenn Glould.
É sobre o bife de lombo à portuguesa do Trivial e os filetes do polvo do Apuradinho.
É sobre política internacional, obviamente.
É sobre a cona da tua mãe, leitor.
É sobre Copenhaga, Barcelona, Paris e Celorico da Beira.
É sobre cáries dentárias, fundamentalmente.
É sobre coisas que preferia ter calado.

[Manuel de Freitas]

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