sábado, 24 de maio de 2014

Junho


O rapaz dos amores
amansa o coração.

As mãos, já tão próximas,
desfazem-se na penumbra.

Por que roubas destes lábios
punhados de luz para queimar?

O eclipse acerca-se e afunda
o esmalte dos meus olhos.

E deixo-te, varado e áspero,
de arpão em punho, até ao fim.

[Fernando Luís]

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