sexta-feira, 2 de maio de 2014

Julião os amadores

Já nada temos a fazer sobre a Terra esperemos de olhos fechados a
              passagem do vento
dizia eu        dizia eu
que é sobre a missa branca do teu peito que se erguem os palácios
               rasos de água
no escuro          no escuro
alguém nos levará tocando-nos com um dedo nós trémulos,
             deitados, sem dizer palavra, morreremos de ter-nos
             conhecido tanto
e depois?        e depois?
depois o halo de uma fita azul o martelo esquecido sobre a pedra
               de um sonho
mas os salões?     e a casa?
e o cão que nos seguia?

o teu rosto meu rosto
este homem alto
                                  o Sol


[Cesariny]

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